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O modelo feminino de liderar negócios ganha força e muda a lógica das empresas

Pesquisa inédita mostra como a liderança feminina desafia padrões antigos, entrega resultados concretos e aponta caminhos para acelerar essa transformação

A forma como as empresas são lideradas está passando por uma mudança silenciosa, mas profunda. Um estudo inédito apresentado pela MIT Sloan Management Review Brasil, em parceria com a plataforma SQREEM, revela a consolidação de um modelo feminino de liderança nos negócios, baseado em valores historicamente associados ao arquétipo feminino, mas aplicados de maneira estratégica, orientada a resultados e com impacto direto no desempenho das organizações. A pesquisa mostra que esse modelo não apenas existe, como já demonstra vantagens claras frente a estruturas tradicionais de comando.

O levantamento partiu de uma pergunta central que há anos circula no mundo corporativo, mas raramente é analisada com profundidade: existe um modelo feminino de liderar? A partir daí, o estudo buscou entender em que ele se diferencia do modelo masculino predominante ao longo do século XX e, principalmente, como pode ser acelerado para gerar resultados concretos para empresas de diferentes portes e setores.

Para responder a essas questões, a pesquisa adotou uma metodologia inovadora. Foi utilizada uma ferramenta de inteligência artificial cognitiva para coletar e analisar cerca de 20 bilhões de interações na internet relacionadas ao tema liderança feminina. Além disso, foram realizadas entrevistas aprofundadas com 15 mulheres líderes, de diferentes setores, cargos e gerações, o que permitiu cruzar dados quantitativos com experiências reais de quem vive o desafio da liderança no dia a dia.

Os resultados apontam para um modelo que vai muito além de estereótipos. A liderança feminina identificada pela pesquisa combina empatia, escuta ativa, colaboração e adaptabilidade com visão estratégica, foco em inovação, preocupação com resultados e compromisso com sustentabilidade de longo prazo. Não se trata de uma liderança mais “suave”, como muitas vezes se tenta rotular, mas de uma forma mais completa de conduzir pessoas e negócios.

As mulheres líderes aparecem no estudo como verdadeiros motores de mudança dentro das organizações. Elas transformam equipes ao priorizar o desenvolvimento humano, criar ambientes mais seguros para troca de ideias e incentivar a diversidade de perspectivas. Ao mesmo tempo, são capazes de implementar soluções inovadoras, tomar decisões estratégicas e manter o foco em desempenho, produtividade e crescimento.

Esse retrato é reforçado por dados de outras pesquisas citadas no estudo. Um levantamento conduzido por Jack Zenger e Joseph Folkman, com base em avaliações 360 graus de líderes homens e mulheres, mostra que as mulheres se destacam em 17 das 19 competências essenciais de liderança analisadas. Entre elas estão tomada de iniciativa, desenvolvimento de pessoas, integridade, capacidade de inspirar e motivar equipes e construção de relacionamentos de confiança. Em muitos desses critérios, as líderes mulheres superam seus pares masculinos.

Os benefícios desse modelo não ficam restritos ao ambiente interno das equipes. A pesquisa da MIT Sloan Management Review Brasil aponta que empresas com maior presença feminina em cargos de liderança apresentam melhores resultados em inovação, tomada de decisão e desempenho financeiro. A diversidade no comando amplia a capacidade de leitura de cenários complexos, reduz riscos estratégicos e fortalece a sustentabilidade do negócio no médio e longo prazo.

Outro ponto destacado é o impacto direto no engajamento das equipes. Times liderados por mulheres tendem a apresentar níveis mais altos de satisfação, pertencimento e comprometimento. Isso se reflete em menor rotatividade, maior produtividade e ambientes de trabalho mais saudáveis. Em um cenário corporativo marcado por estresse, burnout e perda de talentos, esse fator ganha peso estratégico.

Apesar dos avanços, a pesquisa também escancara desafios persistentes. Muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades para se reconhecerem como líderes, mesmo quando ocupam posições de comando. Barreiras internas, como a síndrome da impostora, se somam a obstáculos externos, como a pressão para conciliar carreira e vida pessoal, falta de políticas de apoio, ambientes pouco inclusivos e escassez de referências femininas em cargos mais altos.

O estudo conclui que, para colher os benefícios da liderança feminina, as organizações precisam ir além do discurso. É necessário implementar políticas reais de inclusão, programas de mentoria, desenvolvimento contínuo e ambientes flexíveis que permitam às mulheres exercer sua liderança com autenticidade. Investir na formação de líderes mulheres desde cedo aparece como um dos caminhos mais eficazes para acelerar essa transformação.

Os resultados também indicam que o futuro da liderança não está em substituir um modelo por outro, mas em construir uma abordagem híbrida. Combinar os melhores aspectos tradicionalmente associados às lideranças masculina e feminina pode gerar estruturas de comando mais equilibradas, humanas e eficientes. Em um mundo corporativo cada vez mais complexo, essa combinação se mostra não apenas desejável, mas necessária.

A pesquisa deixa claro que o modelo feminino de liderar negócios já é uma realidade e que seus impactos positivos estão comprovados. Empresas que ignorarem essa transformação tendem a ficar para trás. Já aquelas que apostarem na diversidade, no desenvolvimento de mulheres líderes e em modelos mais humanos de gestão estarão mais preparadas para enfrentar os desafios do presente e do futuro.


Fonte: MIT Sloan Management Review Brasil
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Aurélio Fidêncio

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