Relatos médicos mostram situações excepcionais em que a concepção ocorre sem um ato íntimo tradicional
Casos raríssimos de gravidez em circunstâncias improváveis chamam a atenção de médicos e do público. Embora a fecundação geralmente ocorra em contexto de relações íntimas que permitem o encontro direto entre óvulo e espermatozoide, a literatura médica registra exceções que explicam como a concepção pode acontecer por vias atípicas.
Um dos episódios mais conhecidos envolve concepções após ato íntimo anal, situação que só se confirma em pacientes com malformação congênita chamada cloaca. Nessa condição, uretra reto e canal reprodutivo podem formar um único canal; mesmo após cirurgias corretivas, conexões internas ou fístulas podem permitir a passagem de espermatozoides até o útero, possibilitando a gravidez.
Há também relatos de gravidez associada a ato íntimo oral em pacientes com anomalias anatômicas. Em um caso documentado, uma jovem nascida sem canal vaginal engravidou depois de apresentar ferimentos abdominais; a hipótese é que espermatozoides presentes externamente tenham alcançado a cavidade peritoneal e, por ali, migrado até o óvulo. O fluido abdominal pode, em situações excepcionais, manter a viabilidade do esperma por tempo suficiente para que a fertilização ocorra.
Outra possibilidade rara é a chamada “gravidez por respingo”, quando sêmen em contato com a genitália externa permite que espermatozoides entrem na vagina e sigam rumo ao óvulo. O fenômeno é extremamente improvável, pois essas células sobrevivem pouco tempo fora do corpo e exigem condições específicas para alcançar a fecundação. Banhos e piscinas não oferecem risco, já que a água dilui e inativa rapidamente os espermatozoides.
Existe ainda a superfetação, evento em que uma segunda gravidez se inicia enquanto a primeira já está em curso. Ocorre de forma excepcional, geralmente associada a tratamentos de fertilidade, e resulta em dois embriões com idades gestacionais diferentes, muitas vezes nascendo juntos como gêmeos.
Esses episódios, por mais surpreendentes que sejam, são exceções extremas e não alteram as recomendações médicas: quem não deseja engravidar deve usar métodos contraceptivos comprovados e buscar orientação profissional. Casos como os citados servem para a ciência compreender limites e variações do corpo humano, sem transformar raridades em pânico ou desinformação.
Edição: Aurélio Fidêncio
Matéria: Adam Taylor
Fonte: Universidade Lancaster
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