A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) emitiu um alerta sobre o impacto do uso indiscriminado de anabolizantes, destacando que a prática, comum entre jovens e frequentadores de academias, altera o colesterol e aumenta significativamente o risco de doenças cardiovasculares.
Risco oculto para o coração
Os anabolizantes são substâncias derivadas da testosterona usadas para ganho de massa muscular e desempenho esportivo. Segundo a SBEM, esses compostos reduzem o colesterol HDL (bom), elevam o LDL (ruim) e favorecem resistência à insulina e acúmulo de gordura visceral, elementos que compõem a síndrome metabólica — condição fortemente ligada a infartos e AVCs.
Estudos apontam agravantes
Pesquisas recentes mostram que o uso combinado de esteroides, insulina e hormônio do crescimento é comum entre fisiculturistas amadores. Alterações expressivas no perfil lipídico e hepático foram observadas, incluindo aumento de enzimas associadas ao metabolismo de gorduras. Mesmo após interromper o uso, alguns efeitos hormonais e inflamatórios podem persistir, mantendo o risco cardiovascular elevado.
Proibição médica e campanha de conscientização
O Conselho Federal de Medicina proibiu, em 2023, a prescrição de anabolizantes para fins estéticos ou de performance, por falta de evidências científicas sobre segurança e eficácia. A campanha de 2025 da SBEM, voltada ao Dia Mundial de Combate ao Colesterol, reforça a importância de informação qualificada e acompanhamento médico antes de qualquer intervenção que afete o metabolismo.
Efeitos adversos
Entre as possíveis complicações estão hipertrofia cardíaca, hipertensão, aterosclerose, doenças hepáticas graves, alterações hormonais, infertilidade, transtornos mentais e casos de infarto precoce, inclusive em pessoas sem histórico familiar e com menos de 40 anos.
Edição: Aurélio Fidêncio
Matéria: Paula Laboissiere
Fonte: Agência Brasil
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