O cenário entre Brasil e Estados Unidos atingiu um novo patamar de tensão. Com a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, os impactos da guerra comercial já são sentidos nas cadeias produtivas e no ambiente político dos dois países.
O governo americano anunciou que, a partir de 1º de agosto, itens como café, suco de laranja, açúcar e carne receberão sobretaxas para entrada no mercado dos Estados Unidos. A medida provocou aumento nos preços internacionais e preocupação entre exportadores brasileiros, que já reportam cancelamento de contratos e redução de pedidos.
No Brasil, o presidente Lula afirmou que o país não aceitará imposições e reafirmou a soberania nacional diante das ações do governo americano. Embora tenha se mostrado aberto ao diálogo, indicou que medidas retaliatórias estão em análise. Internamente, o episódio fortaleceu sua imagem política, principalmente junto à base governista e ao empresariado ligado ao setor produtivo.
Paralelamente, o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos iniciou uma investigação formal sobre práticas comerciais do Brasil, alegando desequilíbrios em áreas como serviços digitais, pagamentos eletrônicos e regulamentações ambientais. A iniciativa é vista como parte da estratégia americana de pressionar o Brasil a revisar políticas internas consideradas desfavoráveis.
O ambiente diplomático se agravou ainda mais após a movimentação de senadores americanos para suspender vistos de autoridades brasileiras, entre elas ministros do Supremo Tribunal Federal. A medida foi interpretada como uma tentativa de interferência externa nos assuntos internos do Brasil.
Com o acirramento, o risco de escalada global preocupa. Outros países da América Latina, Europa e Ásia acompanham com atenção, diante do temor de que o conflito bilateral evolua para uma onda de protecionismo em cadeia, com reflexos nas exportações, inflação e segurança jurídica de tratados internacionais.
Enquanto isso, o comércio local, especialmente no agronegócio e nas indústrias de base, começa a sentir os primeiros reflexos de uma crise que pode se prolongar.
Matéria: Aurélio Fidêncio
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